sábado, janeiro 31, 2009

Do dia em que ficamos em casa




Que delícia
ficar em casa
des-cobrindo
o que está
coberto pela bagunça

feng shui
papéis
roupas

arrumando as flores

limpando a casa

inventando

decorando

essência de maçã verde e baunilha pela casa

tudo para ficar de bem

(ah sim, e a chuva continua)
.
.
.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Da vaidade



Preciso
urgentemente
de
manicure
pedicure
cabeleireiro
e um
milagreiro!!!

Jesuuus


Como dá trabalho ser mulher

Conciliar trabalho, casa, namorado, família, amigos, finanças, saúde (corpo & mente) e beleza

aaaaaaaa

Minha nota para a vaidade: 8,0

Nunca foi meu forte.

Quando criança eu andava feito um gurizinho, cheia de casquinha de ferida no joelho, o cabelo, como dizia minha mãe, parecia um ninho de rato... eu era uma peste: subia em árvore, andava de patins, brincava de areia, de corrida, de tuuudo...

Se eu fechar bem os olhos consigo sentir uma sensação de liberdade e de ausência de compromisso que só se tem na infância.

Queria muito saber aonde anda minha amiga Aline... Éramos unha e carne... Ela foi embora pra Porto Alegre e nem lembro o sobrenome pra poder procurar no orkut... (umas das boas finalidades do orkut...)

O que está acontecendo com a infância de hoje?

As guriazinhas já usam salto alto - pobres colunas que serão precocemente prejudicadas pela vaidade (das mães?)
já usam maquiagem - pobres poros que serão dilatados antes do tempo
já estão de barriguinha de fora - pobre inocência perdida pela influência da mídia, do meio que bombardeia sensualidade à flor da pele, superficialidades, padrões inatingíveis de beleza...


Minha prima tem 14 anos e já fez até escova de diamante no cabelo (seja lá o que isso for), não fica uma semana sem ir à manicure e não sai de casa sem lápis de olho. E isso é normal no meio dela. E o que fará aos 20 anos?

A primeira vez que tirei a cutícula foi com 22 anos, pra minha formatura.

Porém , na minha adolescência eu tinha uma paranóia: nunca passar dos 40 quilos. Eu simplesmente não comia. Almoçava e comia uma maça e só. Ficava o dia inteiro no balé só com isso. Não comia carne porque inventei de ser budista. Sim, consegui ficar com 40 quilos até os 18 anos. Agora... tenho muitos quilos de pura 'formosura' heheheh


Mas em termos de vaidade o que mais gosto de fazer é brincar com cortes de cabelo. Agora que comecei, não consigo mais parar!!!
E fico dando risada...
Ô meninas, vamos cortar esse cabelão... Sempre cabelão, cabelão... mah que medo de mudar e sair dos padrões meninas!!! Cabelo cresce!


Tá, e por que celulite não pode virar uma coisa bonita? Se a mídia dizer que a partir de agora mulher tem que ter celulite, todo mundo ia se sentir bem e até eu ia ser totalmente influenciada e ia deixar elas quietas. Será que um dia isso vai acontecer?

(tá, tá, celulite é horrível...)

Enquanto isso, drenolinfática nelas
.
.
.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Da chuva


Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas só chove e chove
Chove
e
chove

.
.
.

(e hoje a casa alagou)

Do martelo e da bigorna


Muito do que eu faço
Não penso, me lanço sem compromisso.
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço.
Tudo o que eu te peço
É por tudo que fiz e sei que mereço
Posso, e te confesso.
Você não sabe da missa um terço

Tanto choro e pranto
A vida dando na cara
Não ofereço a face nem sorriso amarelo
Dentro do meu peito uma vontade bigorna
Um desejo martelo

Tanto desencanto
A vida não te perdoa
Tendo tudo contra e nada me transtorna
Dentro do meu peito um desejo martelo
Uma vontade bigorna

Vou certo
De estar no caminho
Desperto.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Das historinhas




Jogue suas tranças Rapunzel
.
.
.
Como era bom ler historinhas... Eu lembro que minha bibliotequinha pessoal era imensa... Mas nunca quis ser princesa, queria sempre ser a heroína, ter super poderes (meu sonho era ser a Mulher Maravilha).

Eu também tinha uma enorme discografia colorida de historinhas... Nossa, minha imaginação não cabia dentro de mim! Lembro que eu tinha um medo da Cuca do Sítio do Pica-pau Amarelo, minhas amiguinhas iam lá para casa e eu colocava uma parte da história que dizia "cuidado com a cuca que a cuca de pega... e pega daqui e pega de lá aaaahahahah".
Lembro também da agonia que me dava quando trancavam o Aladim dentro de um alçapão e da alegria quando os 3 porquinhos conseguiam vencer o lobo...

E quando eu ainda não sabia ler?
Tinha já uma coleção de livrinhos que minha mãe lia pra mim e que estavam esperando para serem devorados pela novidade de um pingo de gente de 4 ou 5 anos que estava prestes a decifrar aquelas letrinhas mágicas e entender o que de fato diziam sobre aquelas lindas figuras. Eu já tinha decorado todas as histórias que minha mãe lia pra mim e, quando chegava uma visita, eu toda exibidinha "lia" as historinhas: 'pequenino é o ratinho. grandalhão é o elefante' ... 'guido acabou de jantar, agora é hora do banho e tem muito o que lavar' - eu lembro que nesse o tal do Guido aparecia peladinho e eu tinha vergonha de ler.
Eu achava que tava arrasando.

(outro Guido na minha vida!)

Minha primeira leitura importante (como eu dizia) foi A Bíblia da Criança. A 'esperta' criança à medida que ia lendo, fazia um X de canetinha nas páginas para marcá-las como lidas. Tenho isso até hoje guardado... Mas tinha uma época, em 1990 que demorei uma eternidade pra ler O Pequeno Príncipe porque não queria que a história acabasse. Depois inventei de copiar Viagem ao Centro da Terra eu lia e copiava num caderno (óbvio que nunca terminei essa façanha!).
Minha mãe perguntava
"o que estás fazendo?" e eu, toda metida com o novo método aprendido no colégio
"um resumo!"


Tantas fábulas serviram para a imaginação que tive que desenvolver para contar histórias a meus primos...
"Mais uma Nina!"
E eu inventava cada coisa que os pobres ficavam de boca aberta, quietinhos esperando o final de cada história!


Mas o que eu gostava mesmo era de pegar no sono com um disquinho verde que contava a história de uns amiguinhos que resolveram explorar o universo só na imaginação,tudo no pátio de casa! Como era vinil, eu ouvia o Lado A e esperava para virar o disco e só assim podia pegar no sono...


Acho que é por isso que minha mãe me diz até hoje
"Como tu és Lúdica Nininha..."

ô lembranças boas
.
.
.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Da bela vida



Guido é um homem simples, inteligente e espirituoso, um pai amoroso, e graças a isso consegue fazer com que seu filho acredite que ambos estão participando de um jogo, sem que o menino perceba o horror no qual estão inseridos. Um pai determinado em fazer da guerra um jogo pueril para proteger o filho da cruel realidade dos seguidores de Hitler e Mussolini.

La Vitta è Bella.

Minha mãe sempre diz que foi o Guido da minha infância. Claro que Hitlers e Mussolinis eram os acontecimentos que circundavam nossa vida. Mas por que fez questão de me esconder tudo?

Agora me vejo como meu próprio Guido...

Sem enumerar as tragédias de minha vida, pois não suporto a competição que se faz em torno de quem sofreu mais na vida ou quem passa mais trabalho, peço que agradeça você sua tríade família estruturada-casa-cachorro. Não, isso não é pedido de uma pessoa infeliz, pois minha força vem de tudo que já vivi, vi e revivi. O que pode ser inevitavelmente irrecuperável, insuportável, inimaginável para alguns pode ser o cotidiano para outros. Por isso, não compare sua realidade com a de ninguém. Apenas cresça com os fatos.


Mas uma coisa de cada vez. Um passo. Depois o outro. Eu cheguei até aqui. A trancos e barrancos mas cheguei. Poderia ser melhor, mas as circustâncias da vida... Não adianta, se eu fosse uma pessoa unidirecional teria feito tudo certinho. Mas eu gosto da pluralidade da vida, das ocasiões... Também não fiz boas escolhas, isso é fato. Escolhas que não me ajudaram de imediato, mas apenas para aquela máxima como aprender com os erros em 10 lições. Pode ser clichê quando falado, mas quando vivido...é a mais pura verdade. Sentir na pele por mais conotativa que seja essa expressão, imprime para sempre traços na personalidade que, para mim, só me faz crescer e evoluir.

Me sinto tão, digamos, intolerável (não sei se é essa a qualidade do meu sentimento) quando vejo no perfil de algúem "meu brilho ofusca muita gente" ou "eu sei provocar" . Ui, chega a doer... Dá pena... Quanta evolução esse ser precisa passar na sua vida ainda? Ainda bem que não convivo com isso... Ai, nem sei porque escrevi isso, vai que você esteja nessas comunidades! Mas credo, então não pertence a meu seleto círculo de amizades, porque meus amigos não ofuscam eles brilham!

Olha como eu sou arrogantezinha!!!!


Mas do que eu estava falando mesmo?

Ah, sim, da vida!

Mas é isso aí.

Eu gosto mesmo é de viver, viajar e conhecer pessoas.

Já conheci tanta gente, tanta gente que está longe... aquelas que tu te pergunta "quando a gente ia imaginar se conhecer?"
e
fez-se o vínculo!


Aos zuretas dos meus amigos, uma saudação!

Já anuncio aqui mais uma mudança (das 7271248748343 que já fiz).

Nunca fico 3 anos no mesmo lugar.
Nunca fico 1 mês com a mobília no mesmo lugar.
Nunca fico 6 meses com o mesmo cabelo.
Nunca fico 1 dia na mesma rotina.


Bem, e essa é minha vida: não enumerei as tragédias, não nomeei as felicidades.

Mas imagina se fosse tudo certinho, coloridinho, se eu vivesse nesses conceitos aí conhecidos por muitos de vocês... urgh... não consigo... tenho que ser meio do avesso mesmo... senão não ia ter graça... poderia ser mais facinho só... ô Deus, Ganesh, Buda, Alá... dá uma colher de chá aí!

Agradeço eu por ter um amor
(eu TENHO a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida... nós na batida, no embalo da rede... matando a sede na saliva... ser teu pão, ser tua comida... todo amor que houver nesta vida)

Das transgressões


Estou tão, tão, tão... (nem consigo adjetivar minha condição no momento) que o máximo de atitude transgressora que ousaria era tirar 4 dias de férias na praia.

Daqui a pouco é segunda-feira... impiedoso começo de semana (poderia ser mais fácil se as pessoas fossem mais flexíveis, menos estranhas e mais compreensivas).
Mas
Porém
Contudo
Todavia
No entanto
.
.
.

é a vida
.
.
.

simplesmente

sem simplificações

a vida não é um mar-de-rosas
não é cor-de-rosa

Se eu tivesse um diagnóstico do futuro viveria cada segundo intensamente.

Porém, filosofias sobre os porquês da vida não cabem nesse fim de domingo.

Não estou inspirada, aliás, minha cabeça está um turbilhão... Seria difícil acompanhar o raciocínio da menina.

E quando estou assim é melhor dormir.

sábado, janeiro 24, 2009

Da preguiça de balada



Não sei se estou velha (?), se sou ou estou chata (?), se já cansei dessa província (?), se preciso de novos ares (?)

Mas que tá um saco ir na balada... aaah, isso tá...

O André já nem me convida mais, coitado... já sabe qual é a resposta... A Vi ainda dá uma tentiada... mas já vai desistir de mim...

Instrospecção total
.
.
.

Hoje é sábado


e

todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite


pois é...

mas sou feliz em casa
com as minhas coisas
e meu silêncio

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Dos gostos musicais


Quando falo de música me sinto arrogante. Hoje estava na praia escutando Beirut (mistura de folk com o som cigano das Bálcãs). Estava curtindo, me deliciando com o compasso descompassado de cada nota de Elephant Gun, lembrando das melodias de Yann Tiersen... A combinação dos instrumentos me remeteu a um cenário de praia francesa !!! Por isso, Elephant Gun é a minha favorita até escutar outra que me remeta a uma imagem e a uma sensação tão gostosa quanto a de uma praia no sul da França (certamente um dia irei)!
Enfim, no meio de todos esses devaneios eu comentei com o Bruno: pena que a maioria das pessoas não degustam de sensações como estas, ou que não conhecem outros tipos de música - ou por não se permitirem, ou por se limitarem, ou simplesmente não gostarem, ou não têm a sensibilidade musical, ouvidos mais apurados - ou por se contentarem com o que a mídia oferece (eu disse que eu sou arrogante quando falo de música)... Sim, eu admito, já fui até o chão, chão, chão dançando funk e já me acabei no Axé. Mas óbvio que não absorvo isso no meu cotidiano musical. Eu cresci escutando Rolling Stones, Bach, Mozart, Strauss, Bethoven... Claro que tive a fase da Xuxa na infância mas que logo foi substituída por Axl Rose, Kurt Cobain e Ed Vedder. Logo descobri Jim Morrison, Pulp, Echo & The Bunnymen, Sex Pistols, Cowboy Junkies, Days of the News... Simpatizo muito com rock pesado heheh Me delicio com o blues, com o soul, com o jazz... E quando me dei por conta, me senti numa ilha, sozinha, no meu mundo, pois quem ouvia isso? Com quem poderia dividir toda essa miscelânea musical que fui descobrindo? Ô província de merda na qual o som predominante é a batida irritante do pagode, mas aquele pagode meloso e podre (aaaai, como eu odeio pagode). Tá eu sei daquela história das raízes africanas, blá, blá, blá... Mas pooor favor, é muito podre. Isso não é e nem pode ser considerado algum tipo de ramificação da música africana. Sim, existe o samba de raiz, esse eu respeito, conheço pouco, mas respeito. E Calipyso? Esse eu me recuso a comentar. O que está acontecendo com a cultura brasileira? E o rock de protesto da Legião? E a poesia do Cazuza? Adoro Lenine, apesar de ser trilha sonora de novela das 8, é muito bom. Audível na medida. Gosto também Vanessa da Matta e Marina de la Riva. Não vou lembrar-me de mais nada brasileiro de que gosto agora. Ah, sim eu gosto de Rappa, não tem muito nexo, mas a batida é boa. E Seu Jorge... huuuum. Mas a linha é essa.
Também ando escutando muito Alexi Murdoch, Animal Liberation Orchesta, THIEVERY CORPORATION muuuuito bom... Mas o dia que tu me ver dançando pagode... Amarra que a guria tá doida, bêbada, pagando promessa ou aposta.
Retorno a dizer: sou arrogante quando falo de música (e de filme também, mas isso são cenas para os próximos capítulos...)

Do conteúdo



Quero guardar tudo que penso...
ou tudo que pode sair
desse meu complexo e aleatório mundo
de
.
.
.
pensamentos
objeções
constatações
peculiaridades
Tudo que é meu


Agora estou aqui...

14:53

E isso não é hora de escrever

Que chegue logo a noite e me embriague de suposições
e impressões lúcidas
toscas
e
intrigantes do meu mundo
da minha visão do mundo

Agora sou eu, e quem quiser que cresça comigo, pois sou
GENTE GRANDE.