terça-feira, novembro 17, 2009

Das assimetrias

Não gosto das incógnitas.
Elas me irritam porque nunca sei o que está por detrás de suas faces. Então idealizo pensamentos e acabo dando voltas no meu mundo paralelo. Preciso de umas drágeas de endorfina e um chazinho de realidade para transformar essa reticência em ponto final.


e acelera aquele músculo involuntário

Vivo em meio a essas personalidades parnasianas, que forçam suas rimas ricas e tentam jogar aos quatro ventos sua métrica tosca de viver, escondendo sempre a inquietude de questionar suas angústias, sentimentos, devaneios, luxúrias ... Pois, afinal, façam isso os loucos. Loucos por viver, loucos pela assimetria das relações humanas, loucos pela simetria dos corpos, loucos pela plenitude dos beijos, loucos pelo êxtase de vivenciar o completo.

Vivo aqui no meu pedaçinho ... num território do sul, do sul, do sul. Ando todo dia, pra lá e pra cá. Num pedaço. E é tão difícil sair daqui? "Há tanta vida lá fora..." Quero as peculiaridades do mundo, quero as alegrias únicas.

Preciso aprender a viver com o confronto da efemeridade e da razão, viver menos eufórica e saudosa. Ah, ben(mal)dita arte de idealizar a vida! A arte dos tolos por vocação, a arte dos lúdicos e românticos sedentos pela felicidade de apenas ser.

Mundo cartesiano, seco e reto que me molda a teu gosto e me aprisiona a conceitos padrões e realidades objetivas. Está tudo bem, façamos um pacto, eu não te questiono e tu me deixas sonhar um pouco.