domingo, fevereiro 08, 2009

Do pão e circo aos brasileiros

panem et circenses



Enquanto a corrupção toma conta do Brasil o que está na boca do povo é a novela

O que se lê a seguir foi fato em 2006, mas externa um sentimento de indignação que tenho sobre esse sistema do pão e circo.
Porém, este é só um capítulo desse espetáculo que vivenciamos, mas que poucos conseguem perceber. Apesar de inserida no sistema, não estou de conluiu com essa maquinaria.

Na Antiga Roma, os Imperadores providenciavam para a satisfação do povo romano que nunca faltasse pão e circo.

Apesar da grave situação econômica, do acentuado aumento do desemprego, corrupção generalizada, do futuro incerto na função pública e das más notícias da segurança social, os brasileiros parecem apenas preocupados com o futuro da seleção nacional de futebol.

Alienados pelo sonho irreal de uma vitória no Campeonato do Mundo de Futebol, os brasileiros esquecem os seus reais problemas durante as próximas semanas. Os meios de comunicação social, com especial destaque para a rádio e televisão, alimentam até à exaustão o mito da possibilidade da vitória brasileira deixando para segundo ou terceiro plano as verdadeiras questões existentes na sociedade brasileira.

Já não há pachorra para tanto futebol, ele invade-nos as casas no café da manhã, ao almoço, ao jantar e nos intervalos, permanentemente, nem de madrugada nos livramos de tanta informação sobre as seleções, um enjôo!

Endeusados, alguns deles mostram-se mais proficientes durante as saídas noturnas que em nível do relvado, o que não será de bom augúrio para o desenlace da competição que se avizinha e para aquilo que alguns erradamente designam como um desígnio nacional, a conquista de um campeonato latino-americano ou, sonho supremo, mundial de futebol.

Enquanto o Brasil se mantiver na competição pouco ou nada se ouvirá sobre o desemprego, o atraso em relação ao resto do planeta, a mobilidade dos funcionários públicos, o abandono escolar coexistindo com mais de trinta e cinco mil vítimas da exploração do trabalho infantil, a destruição das nossas florestas pelos fogo e mais um sem número de problemas que nos colocarão a prazo, nos primeiros lugares do mundo em desigualdades sociais.

Ninguém se interrogará sobre a corrupção generalizada e o mensalão, sem haver responsáveis pela bandalheira política, do dinheiro desperdiçado e as suas conseqüências no atual processo eleitoral. E a possibilidade de dar um troco não sustentendo parasitas e anulando seu voto!

Ninguém se questionará sobre o fato da avaliação dos funcionários da administração não se estender aqueles que verdadeiramente são os responsáveis pelo estado a que tudo isto chegou.

Todos os holofotes e atenções se focalizam no percurso da nossa seleção, o Brasil sonha com a impossibilidade e assim quando a realidade se sobrepuser à ficção o despertar vai ser mais uma vezes muito doloroso.

Os deputados até já consensualizaram a alteração dos seus horários para evitarem estarem presentes em espírito na Assembléia mas ausentes na realidade e assim poderem ver os jogos repousadamente e sem pesos na consciência. Máximo da generosidade, aguarda-se a todo o momento que esta flexibilização se estenda a toda a população ativa brasileira.

Poucas são as vozes que tentam moderar as expectativas populares e muitas, com elevadas responsabilidades, as que as alimentam.

Anestesiados, os brasileiros sem que disso se apercebam vão tendo circo mas cada vez menos pão.




ENQUANTO ISSO, NO CASTELO DO DEPUTADO...


O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), eleito para o cargo de segundo vice-presidente e corregedor da Câmara, afirmou que o castelo em São João do Nepomuceno (MG) está registrado em nome de um de seus filhos, Leonardo Moreira. Ele confirmou que construiu o empreendimento na década de 80, mas disse ter colocado o imóvel no nome do filho em 1993.

Ele foi acusado de ter ocultado o bem de sua declaração de bens entregue à justiça nas últimas eleições. O deputado disse que a construção do castelo começou em 1982 e foi concluída em 1990. A intenção, segundo Moreira, era explorar mais o turismo da região. Ele avaliou que o castelo vale entre R$ 20 e R$ 25 milhões.

Moreira foi questionado ainda sobre reportagem da "Folha de São Paulo" que relata uma ação contra a sua empresa da área de segurança em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado de ter dívidas com o INSS no valor de até R$ 1 milhão. Segundo a denúncia, a empresa recolhia a contribuição previdenciária dos trabalhadores, mas não encaminhava ao INSS. Moreira afirma que já enviou à justiça comprovantes do pagamento da suposta dívida.

O corregedor diz não ver motivo para deixar a função. “Estou sendo condenado porque tribunal?”, questionou. Ele considerou como “justo” um eventual processo para investigá-lo na Casa, mas disse não desejar que isto aconteça. Disse também não ver problemas em dar explicações à Executiva do partido, como defendeu o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO). O corregedor, no entanto, não apresentou nenhum documento para comprovar suas afirmações.

Ele voltou a defender sua posição de que a Câmara não pode julgar colegas por quebra de decoro. Segundo ele, caberia à Casa apenas dar a admissibilidade de processos e encaminhá-los à Justiça. “Não temos a fórmula ainda. O que precisamos é evitar que, amanhã, por exemplo, um colega tenha mandato cassado e depois, quando isso for à justiça, ele seja absolvido. Então, o erro é irreparável e absolutamente irreversível”.

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